O texto crítico No dia em que chovi, o céu desabou brilhando é de autoria do professor e doutor Sebastião Miguel e analisa pinturas e instalações apresentadas na exposição “Água Viva”, individual da artista e ex-aluna da Escola Guignard, Flávia Ventura. Tal texto, que leva o mesmo título de uma das obras em questão, foi produzido em colaboração com a galeria Gal Arte e Pesquisa para a mostra realizada em abril de 2022, em Belo Horizonte. Assim, o mesmo foi encontrado no site do Prêmio PIPA, na subseção de textos críticos, presente na página de indicação da artista para a premiação de 2025.
No texto crítico No dia
em que chovi, o céu desabou brilhando, Sebastião Miguel analisa pinturas e
instalações apresentadas na exposição Água Viva, individual da artista e
ex-aluna da Escola Guignard Flávia Ventura. Com o mesmo título de uma das obras
em questão, o texto foi produzido em colaboração com a galeria Gal Arte e
Pesquisa para a mostra realizada em abril de 2022, em Belo Horizonte. Três anos
depois, foi publicado na página de indicação da artista para o Prêmio Pipa de
2025.
A crítica se inicia
relatando a espacialidade das pinturas em comparação à escultura O êxtase da
Santa Teresa de Bernini, enaltecendo o aspecto de corpos projetivos e de um
estado psíquico de gozo. Na sequência, destaca uma fluidez, “pulsão viva” e uma
materialidade que se mistura em tons de “carne” nas obras de Flavia Ventura.
Sebastião também alude a um trecho do livro Água Viva de Clarice
Lispector, discorrendo sobre um jardim de desejos, com águas correntes tão
rápidas quanto somos capazes de ler. Por fim, aproveita o título A pequena
morte de uma das obras para elucidar o caráter erótico, de imersão no
orgasmo feminino, presente nas obras da artista.
Em uma primeira impressão
sobre a leitura, avaliei que a citação do texto de Clarice Lispector ocupou um
espaço considerável do texto. Porém, ao reler o trecho, foi possível entender
que tal “estratégia literária” foi essencial para criar uma leitura tão
sinestésica quanto as obras de Flavia Ventura. Assim, da mesma forma que o
texto é rico nos aspectos descritivos, formais, do campo da arte e do projeto
poético da artista, também é rico em um aspecto sensorial - ou ainda, quase
plástico - utilizando-se da literatura para potencializar e agregar novas
dimensões à análise e às obras em si.
Flávia Pedroni
Obra: “No dia em que chovi,
o céu desabou brilhando”, 2022, acrílica sobre tela, 450 x 160, Flávia Ventura.
Fonte Imagem:
https://www.premiopipa.com/flavia-ventura/
Fonte Texto:
https://www.premiopipa.com/wp-content/uploads/2025/04/Sebasti%C3%A3o-Miguel-Flavia-Ventura.pdf
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