A Galeria Verve inaugurou, em julho de 2022, a exposição Pinturas de Guilherme Callegari, com curadoria de Agnaldo Farias. A mostra apresentou treze obras inéditas que exploram a interseção entre pintura, design gráfico e comunicação. Callegari aponta que suas novas criações caminham rumo a uma abstração mais livre, rompendo com a rigidez dos grids do design, refletindo também sua recente mudança de estúdio. As obras revelam uma transição do figurativo para o abstrato, destacando o processo criativo em constante transformação. O artista propõe um diálogo visual instigante, onde os limites entre linguagens se tornam fluidos. A exposição evidencia uma ruptura com padrões tradicionais e uma busca por expressão mais intuitiva. O ambiente expositivo favorece essa experiência sensorial e conceitual.
No texto crítico intitulado A Morte dos Signos, publicado
no site da Galeria Verve, Agnaldo Farias propõe uma análise densa sobre a
saturação simbólica na contemporaneidade. Farias sugere que diante do excesso, os
signos perdem potência, tornando-se ruído. No entanto, o próprio texto assume a
forma de um signo complexo, repleto de camadas interpretativas. Essa escolha
estética resulta em uma linguagem sofisticada, que pode tanto enriquecer quanto
dificultar a compreensão. Sua estrutura entrelaça análise crítica e poesia,
exigindo um leitor atento. Há, assim, um jogo entre forma e conteúdo, em que a
complexidade do texto espelha a do tema abordado. Embora provocativo, o texto
pode afastar públicos não familiarizados com teorias semióticas ou filosóficas.
O título A Morte dos Signos evoca um fim, mas o conteúdo
parece discutir mais uma metamorfose do que uma extinção. Farias questiona se
os signos realmente desaparecem ou apenas se transformam, numa crítica à ideia
de morte no campo semiótico. Em um mundo saturado de imagens e informações,
essa reflexão ganha relevância, alertando para a superficialidade da
comunicação contemporânea. A crítica propõe um olhar atento ao esvaziamento dos
significados, mas oferece poucos caminhos práticos de superação. Ainda assim,
seu valor está em provocar o pensamento e desestabilizar certezas. Mesmo com
sua linguagem exigente, o texto se mantém atual ao problematizar a crise dos
significados. A obra, portanto, se firma como um exercício de leitura crítica e
interpretativa dos nossos tempos.
Imagens: Verve Galeria
Texto crítico: A morte dos signos, de Agnaldo Farias
Fontes:
https://www.vervegaleria.com/exposicoes/pinturas/#galeria
https://artsoul.com.br/revista/eventos/exposicao-pinturas-de-guilherme-callegari
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