Um mergulho raso pelas projeções de Monet



A exposição “Monet Le Rêve – Um Sonho Imersivo” está acontecendo no BH Shopping, na cidade de Belo Horizonte, e fica aberta ao público até o dia 18 de junho de 2023. A curadoria é de Paula Borghi e conta com um acervo digital de 290 obras do pintor impressionista Claude Monet. A proposta da exposição é levar o expectador até a França da segunda metade do século XIX e contar um pouco sobre a história do pintor e sua trajetória de produção artística. Para isso, são utilizadas impressões plotadas nas paredes, televisores, adornos, objetos interativos e, o principal, projetores em grandes telas nas paredes e no chão do ambiente, tornando a exposição um grande atrativo tecnológico, educativo e instagramável. 

Decidi ir à exposição em uma terça à noite com meu namorado, minha companhia oficial de eventos artísticos, quando chegamos ao shopping decidimos jantar e logo depois, pontualmente às 20 horas, como constava no ingresso, entramos na exposição. A visita é cronometrada sendo dividida em duas partes: nos primeiros 30 minutos percorremos um ambiente mais escuro que possui paredes adesivadas e finos televisores, de boa qualidade, com imagens das obras de Monet, sendo que ao fundo encontramos uma linha do tempo que fornece ilustrações e dados sobre o artista. Logo depois, entramos em um ambiente contextualizado, que pretende passar a ideia de estarmos em Paris. Neste lugar as paredes estão adesivadas como se fossem lojas de pães e louças, o espaço está decorado com flores, há lugares para se sentar, uma imagem de tamanho real do artista pintando e uma ponte enorme, dentro de uma espécie de moldura, que nos permite que adentremos a “pintura", um lugar inteiramente voltado para tirar fotos. O segundo ambiente é aberto 30 minutos depois, sendo uma sala com muitos projetores no teto, em que começa um grande show, sonoro e visual, nas paredes e no chão do lugar. O público pode ficar sentado ou caminhar, tendo a experiência de mergulhar na obra do artista.

Foi minha primeira vez em uma exposição imersiva, confesso que cheguei cheia de preconceitos e ideais expositivos que acabaram se desconstruindo. Mesmo apresentando graves problemas, como ter objetos decorativos simplórios, alguns deles contendo etiquetas de preço, um equipamento de som grosseiro muito exposto e não deixar claro nas propagandas de divulgação se a exposição apresenta originais de Monet ou só impressões e projeções, foi uma experiência muito divertida para nós. Fizemos várias fotos e vídeos, dançamos na sala imersiva e brincamos com as imagens do show, pulando pelas Ninfeias projetadas. O público em geral pareceu sempre muito maravilhado e interessado. E mesmo não recebendo aplausos no final, como induzia o som da exposição, vi como a arte pode se ressignificar em ambientes comerciais, dando destaque não à técnica e estética, mas sim à função de ócio e lazer, aproximando esse grande artista de mais pessoas, mesmo que a exposição não esteja em um lugar que é ocupado por todas as classes sociais e não seja gratuita.

 Alice Garcia 
instagram.com/alicecastrog_

Fonte da imagem: http://www.agendabh.com.br/monet-le-reve/


Comentários

Postar um comentário

Queremos saber sua opinião